sábado, 23 de junho de 2018

Apresentação do livro Ilusão e Mentira


Uma Homenagem a Joaquim Maria Machado de Assis





RESENHA DA PROFª VERA LÚCIA L. DIAS

Essse blog nasceu no dia 21 de junho de 2018, quando se completa 179 anos da morte do patrono da Academia Brasileira de Letras e seu fundador, Joaquim Maria Machado de Assis. E nada mais importante que prestar-lhe uma justa homenagem através da obra de outro escritor.

Segundo o escritor Italo Calvino, "clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer”. Na literatura brasileira, o escritor que melhor atendeu a esta receita é Machado de Assis, dono de um estilo não resolvido e desabusado. É nosso autor com a fortuna crítica mais prestigiosa, tanto dentro quanto fora do idioma. Para se escrever com originalidade sobre ele é preciso, portanto, identificar novos dizeres no interior de sua obra – uma tarefa para poucos. E como profundo conhecedor da obra machadiana, Godofredo conseguiu se apropriar do seu estilo e técnicas narrativas e, com isso, criar um livro bastante notável e curioso. 

Nesta obra encontramos dois contos curtos: "O galo Adamastor" e "Val e Lalinha". Ambos são explicitamente inspirados por narrativas de Machado de Assis, o primeiro pelo conto "Idéias de canário" (originalmente publicado no livro de contos "Páginas Recolhidas", de 1899) e o segundo pelo romance mais famoso de Machado: "Memórias póstumas de Brás Cubas", de 1881.

O que Godofredo reveste esses dois contos com uma roupagem nova e mais moderna e mais contemporânea tornando-os assim  mais divertidos e fascinantes. Para a nova geração nada mais atraente do que ler sobre o primeiro conto do livro, "O Galo Adamastor". Ele narra a história contada por um narrador da cidade de Florianópolis que se utiliza de redes sociais, carrega um tablet, vai ao shopping, faz selfies. Esse personagem, um tanto surpreendente, passa todo o conto descrevendo as histórias contadas para ele por um galo. Mas não um galo qualquer. Esse galo é capaz de conversar e filosofar com ele naturalmente, como se fosse um ser humano, e tenta convencê-lo que o conceito de liberdade é uma prática e não um conceito abstrato. E ainda o aconselha a procurar ajuda mostrando que nesse mundo é possível perder-se em ilusões .onde quem entende o mundo e as coisas do mundo e o ensina sobre elas é um galo de briga que ele compra justamente  pelos ensinamentos que recebe do bicho.  Esse conto tem pitadas de humor fino e irônico, tão características de alguns contos Machado.

O segundo conto é uma narrativa mais urbana, onde se processa um diálogo enntre uma uma psicóloga e uma interna de um presídio carioca, Lalinha, que veio parar lá por ter presumivelmente morto uma rival amorosa, Val. Ela tem um prontuário policial cheio de narrativas cheias de um realismo chocante. No conto inteiro os personagens masculinos são secundários. O que interessa destacar é a lógica que governa a mente de Lalinha e que define seu mundo. E assim como no conto original de Machado, jamais chegamos a uma conclusão se  ela é de fato culpada ou inocente das acusações do processo movido contra ela. 

Podemos observar que nesses dois contos encontramos coisas que são bem próprias de Machado de Assis: os contos dele são curtos, cheios de humor e ironia, além de conterem  uma realidade que impacta. 

Como se não bastasse, Godofredo investe numa qualidade de narrativa que nos ensina como se deve dar voz ao narrador e manter um elo de ligação entre quem está contando a história e quem a está ouvindo. Essa qualidade, ponto alto e dos mais positivos do livro, parece ter se perdido no estado de arte da atual literatura brasileira. E arrematando tudo isso, o escritor ainda expõe e demonstra nesses contos as preocupações com a situação e desafios que nosso país atravessa.

E no final fica sempre aquele gostinho de quero mais e ficamos torcendo para que Godofredo venha nos brindar com mais pastiches de Machado por sua competência e domínio da narrativa. Com essa obra nosso escritor comprova a sobrevivência e a importância da por meio da leitura dos clássicos de Machado, apesar do crescente aumento a cada dia de toda parafernália tecnológica que nos cerca. E o encanto dessa obra está justamente na afirmação da a supremacia da palavra sobre a tecnologia e da importância da contação de histórias.

Que venham mais pastiches do bruxo do Cosme Velho assim !

SINOPSE PRESENTE NO
 SITE DA LIVRARIA DA TRAVESSA

O livro é composto por dois contos: O galo Adamastor e Val e Lalinha. Escritos a partir dos textos de Machado de Assis, Ideias de Canário e Dom Casmurro, eles levam o leitor a embarcar numa dupla jornada. A primeira convoca aquele cuja experiência prescinde do conhecimento dos contos machadianos – e ele sairá satisfeito dessa travessia. A segunda pressupõe o iniciado na vasta produção do Bruxo: esse terá direito a uma experiência que se dobra sobre ela mesma, e desvela o caráter da literatura machadiana, marcada ela própria pelos procedimentos de citação e releitura.

Os textos se metamorfoseiam pela mãos do escritor, o que resulta em dois relatos que, ao mesmo tempo em que se conectam à ficção machadiana, dela se distanciam saudavelmente, reivindicando uma desconexão própria à sua especificidade. Afinal, nos alertam os criadores, a verdade pode ser compreendida como ilusão retórica, e os leitores estão todos sujeitos a embarcar nessas interpretações propostas pelo escritores, como nos alerta o título deste volume. Não à toa, comparecem aqui a alusão ao universo mágico do circo e a truques de prestidigitação. Real, ilusão, fantasia e mentira partilham o espaço textual chamando o leitor a tomar parte ativa nessas histórias.

DADOS DO PRODUTO
Título: ILUSAO E MENTIRA: AS HISTORIAS DE ADAMASTOR E DE LALINHAi
ISBN: 9788599508497
Segmento Específico: CONTOS E CRONICAS
Idioma: Português
Encadernação: Capa dura
Formato: 14 x 21
Páginas: 100 
Ano de edição: 2014
Edição: 







quinta-feira, 21 de junho de 2018

Entrevista de Godofredo de Oliveira Neto sobre o livro




Literatura,  20/07/2015

Catarinense Godofredo de Oliveira Neto lança livro baseado em Machado de Assis
"Ilusão e Mentira - As Histórias de Adamastor e Lalinha" 
traz como temas centrais o amor e a liberdade


        Catarinense Godofredo de Oliveira Neto lança livro baseado em Machado de Assis
Mariana Carnaval/Divulgação
Foto: Mariana Carnaval / Divulgação
Priscila Andreza
priscila.andreza@an.com.br

Ilusão e Mentira – As Histórias de Adamastor e Lalinha (Editora Batel, 100 páginas, R$ 38), novo livro de Godofredo de Oliveira Neto, é composto por dois contos inspirados em obras de Machado de Assis. A estrutura dos textos não foge do estilo machadiano, com capítulos curtos, diálogos e muita ironia. O autor, porém, acrescenta uma inovação: a narrativa faz com que o leitor questione-se a respeito de suas escolhas, vida e realidade.

O primeiro conto, O Galo Adamastor, fala de liberdade e discute o significado dessa palavra em contexto individual e coletivo. Já o segundo, Val e Lalinha, dialoga com as diferentes formas de amar, como o amor possessivo e por interesse na contemporaneidade. A adaptação é ainda, segundo o escritor, uma forma de incentivar a leitura dos livros clássicos.

Godofredo de Oliveira Neto, que se mudou para o Rio de Janeiro em 1968, nasceu em Blumenau, cidade em que viveu até os 17 anos e onde escreveu os primeiros contos e poemas. Entre os principais livros do romancista estão O Bruxo do Contestado, Amores Exilados e A Ficcionista. Ele foi segundo lugar no Prêmio Jabuti 2005, com Menino Oculto, e finalista dos prêmios Portugal Telecom e Zaffari Bourbon, com Marcelino. Atualmente leciona na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em entrevista ao Anexo, escritor fala sobre amor e liberdade, os temas centrais de  Ilusão e Mentira:

Como surgiu a ideia de escrever Ilusão e Mentira?
Foi uma tentativa de contribuir com a arte brasileira. A Lalinha (personagem principal do segundo conto) estudou em uma escola chamada José de Alencar. Esse nome é para lembrar a época do romantismo. Ela quer descobrir o anjo que estava dentro dela, como no livro Lucíola. O realismo de Machado já traz os interesses, a gente ama por interesse, infelizmente o amor não é puro. Lalinha ama por interesse, é como se ela fosse a versão feminina de Bento, de Dom Casmurro.

Por que decidiu basear o livro em Machado de Assis?
É necessário haver uma atualização do passado, é fundamental entendermos que a literatura é um contínuo. Machado de Assis é maravilhoso e é preciso trazer isso para os jovens, estabelecer um diálogo entre a literatura machadiana e a contemporânea.

No conto Ideias de Canário, de Machado de Assis, o canário diz: "(...) o mundo é o nosso canto e o resto é tudo ilusão e mentira". O senhor concorda com essa afirmação?
O mundo real é uma grande ficção. Temos vários exemplos da vida que parecem incongruentes e ilógicos, e a ficção – que é para ser outro mundo – eu diria que é o mundo mais real.

Como foi construir o personagem principal Miguel Santos do primeiro conto, O Galo Adamastor?
Miguel Santos é do circo e sabe fazer mágicas. A maioria do conto se passa em Florianópolis, na praia Santo Antônio, um dos meus lugares preferidos de passar as férias.

Por que o galo do conto se chama Adamastor?
Porque é um nome mitológico que aparece no livro Os Lusíadas, de Camões. Quis este nome para dar uma pitada mitológica, essa reciclagem da mitologia grego-latina.

No conto, quando o galo define liberdade, ele termina assim: "(...) o resto é retórica de intelectuais metidos a sabichões". Qual é a sua crítica aos intelectuais?
Os intelectuais constroem um mundo, eles querem dar uma lógica à ilogicidade. Porque tem haver com a condição humana: a cada maneira de ser corresponde um dizer. Ou seja, uma pessoa tem um jeito, uma história de vida e um pensamento, e a colega de mesa tem outra história – o que ela vai dizer vai sair de outra maneira. Os discursos serão sempre diferentes, porque a estrutura psicológica é diferente.

O que é liberdade?
O mundo atualmente é muito conservador e fundamentalista, quase um retrocesso. Para haver liberdade tem de existir um denominador comum para todos, como os direitos visuais, a privacidade, a tolerância de gênero e religiosa. Para não haver intolerância é preciso existir uma noção da liberdade coletiva e não somente da de cada um.

Por que escolheu uma personagem principal feminina para o conto Val e Lalinha?
A sensibilidade feminina faz falta nos relacionamentos do Brasil. Eu tenho notado que as mulheres têm uma delicadeza maior, isso é quase um clichê, mas humaniza um pouco o país. Mesmo que a Lalinha seja violenta, no fundo ela clama por um relacionamento. Ela está no meio do tiroteio, se pudesse, gostaria de viver em um mundo em que o amor prevalecesse.

O que é amor?
O amor deveria ser algo que os manuais não têm: a razão da condição humana trabalhando esse sentimento com harmonia e paz e não a sensação de posse e competição que leva à violência. Foi uma tentativa, né? Não quer dizer que a gente consiga. Também estamos nesse tiroteio.

O que quis dizer com tiroteio?
A gente está no tempo do empreendedorismo, dos aplausos para o vitorioso e está preparado para ignorar o derrotado. A pessoa fica frustrada achando que não é boa, que está atrás dos outros. Ela não é pior, mas acha que a culpa é dela por não ser tão inteligente quanto a outra. Na verdade, todos somos iguais, temos os mesmos direitos de sermos felizes.

As redes sociais afloraram a competitividade?
Sem dúvida, afloraram a individualização, o sujeito se tornou mais poderoso, a sensação de estar incólume. A pessoa fica frustrada de ver a felicidade nas redes quando está triste, isso cria uma realidade falsa. A rede social é um suporte tecnológico para ajudar, mas tem de se tornar uma área de reflexão, um amadurecimento cognitivo.

Em outro momento do conto, Lalinha diz: "O melhor mesmo é viver na dúvida do que ouvir um não". Será que ela era violenta por não ter a certeza do amor de Jonas?
A Lalinha ama o Jonas, porque ele está se tornando o chefe do tráfico de drogas da comunidade. Há um interesse ali, é o elemento do realismo. Segundo Schopenhauer, por exemplo, mesmo que encontrasse um gênio para perguntar se você é a pessoa escolhida pelo seu parceiro, o único jeito de saber isso seria depois que ele experimentasse todas as mulheres do mundo. Aí você diz que prefere não saber. O amor ocorre nos encontros casuais, há sempre essa dúvida. Claro que trabalhei com o amor realista, o que vive na incerteza. O outro jeito é o amor romântico, mas não é esse o caso.

Há uma passagem em que Lalinha não comete crimes enquanto está escrevendo no diário. O que o senhor quis dizer com isso?
A arte como um instrumento para harmonizar o mundo, ou seja, quando está escrevendo no diário, ela deixa de cometer os crimes. Eu quis abordar a necessidade da arte na condição humana, a necessidade de um mundo com mais arte em todos os aspectos.

Qual a sua opinião sobre o futuro do livro impresso?
Todo mundo ficou com medo disso, mas vi uma pesquisa sobre a juventude americana, que acaba usando o iPad como um instrumento para jogar e se comunicar e não para ler livros. No Brasil, parece que são só 3% de vendas em livros digitais.

Como é o seu processo de escrita?
Eu prefiro escrever tudo e depois faço os ajustes.

O ato de escrita é doloroso ou prazeroso?
Infelizmente, é doloroso. Porque é difícil escolher as palavras, muitas vezes dá vontade de chorar, mexe muito com o emocional.

Qual é a sua rotina de escrita?
Escrevo todos os dias, mas em horas diferentes. Escrevo bastante a mão em um caderno e também em folhas avulsas e só depois passo para o computador.

O que é inspiração para o senhor?
É uma mistura de paixão e técnica, o domínio da técnica. A literatura tem uma especificidade estética que a arte tem, não é só contar o assunto é como esse assunto é contado.

Quais são os contemporâneos que gosta de ler e tem como referência?
A lista é extensa, mas dois que me veem na mente são Rubens Figueiredo e Conceição Evaristo.

Qual dos seus livros é o seu preferido?
O livro Marcelino. A história se passa em uma praia, o personagem é filho de mãe índia e pai preto e eles vivem em uma ilha em harmonia com a natureza. Eu considero Marcelino, um herói dos mares no estilo Cruz e Sousa, porque ele é pescador e cafuzo, e a história se passa em 1942, no pós-guerra.

Quais são as dicas que o senhor dá para os jovens que querem ser escritores?
Primeiro, é necessário encontrar uma voz interior, é uma concentração muito grande de incorporar o personagem que se está escrevendo. Depois tem de ter bastante leitura, tanto dos clássicos quanto dos contemporãneos. Lendo os outros você vai incorporando estratégias discursivas, vocábulos, enriquecendo o texto. Pensar que a gente é só mais um. O restante é prática, é sentar e escrever.

Booktrailer






Uma interessante montagem do Conto Ideias de Canário feita por alunos
da Associação Educacional Soares de Almeida






As Melhores Resenhas de Ilusão e Mentira







As Melhores Resenhas de Críticos Consagrados

Aqui se encontram reunidas todas as melhores críticas sobre a obra.


Clique Aqui




Postagem de Godofredo feita em sua página do escritor em dia 21/06/2016
Aniversário de Machado de Assis. O livro "Ilusão é mentira" (Ed. Batel), mantém o diálogo com Machado, particularmente no conto "Ideias de canário" e no romance Dom Casmurro.
Obra embaralha os limites do texto literário - crítica publicada no Jornal O Globo, no caderno de literatura "Prosa", em 24/01/15.
A apropriação e a liberdade na obra literária
Nas artes visuais, é comum que um criador se inspire na obra de outro. Pablo Picasso, por exemplo, produziu 58 pinturas a partir de “As meninas”, a obra-prima de seu conterrâneo Diego Velásquez. Na literatura este procedimento legítimo também se faz presente. Silviano Santiago, por exemplo, escreveu o romance “Em liberdade”, um diário imaginário que transforma Graciliano Ramos em personagem, recriando o cotidiano do escritor após sua libertação depois de quase um ano de prisão política.
Porém, para que um escritor utilize este recurso ele deve, em primeiro lugar, conhecer profundamente a obra daquele que o inspira. E, em segundo lugar, deve ter a liberdade de se aproximar da obra alheia tanto quando a de se distanciar dela. Godofredo de Oliveira Neto cumpre estes dois requisitos. Professor da Faculdade de Letras de UFRJ e autor de vários romances, ele utiliza sua intimidade com a ficção de Machado de Assis como ponto de partida para criar contos que valem por si e que podem agradar tanto aos que conhecem a obra machadiana como aos que não a leram. No caso, não importa muito de onde vem a inspiração inicial, mas sim a maneira como o escritor constrói as suas narrativas.
“O Galo Adamastor”, primeiro texto do livro “Ilusão e mentira — As histórias de Adamastor e de Lalinha”, é inspirado no conto “Ideias de canário”, de Machado de Assis. Nele, o designer M. Santos sai à procura de um cozinheiro nos arredores de Florianópolis e encontra um galo surpreendente, que se expressa na língua dos homens. Assim como o canário de Machado, o galo de Godofredo é um filósofo com uma visão muito particular da vida e da liberdade e que considera o mundo apenas como o cantinho dele em que vivemos, pois o resto não passa de ilusão e mentira. Godofredo mostra neste conto um bom conhecimento da paisagem e da realidade cultural de Santa Catarina, que descreve de forma sensível e delicada. Além disso, procura despertar no leitor uma reflexão sobre os estreitos limites entre a verdade e a ilusão num texto literário. No prefácio, Silviano Santiago discute a questão da apropriação e da propriedade na criação literária e conclui: “O canto do mundo de todos e de cada escritor não é qualquer cantinho do planeta, é antes ilusão e mentira, que, no entanto, dizem a Verdade”.
O segundo conto, “Val e Lalinha”, que tem como fundo de inspiração o romance “Dom Casmurro”, também se apresenta carregado de verdade e de intensidade dramática. Trata-se de uma longa conversa entre uma psicóloga judicial com a presidiária Laudelina Santos de Costa Souto, a Lalinha. A personagem é uma favelada que matou Val por ciúmes, e o tema básico da conversa (e do conto) é o amor, que, segundo Lalinha, costuma trazer aos que amam mais felicidade do que alegria.
A crítica Stefania Chiarelli, num texto publicado na quarta capa do livro, lembra que Godofredo propõe ao leitor “um jogo inquietante entre criação e apropriação. Com um pé no presente e outro no passado, revisita esse tempo pretérito para dizer do sujeito contemporâneo”.
Por Elias Fajardo, autor dos romances "ser tão menino", "Aventuras de Rapaz" e "Belo como um abismo".

1) Jor

domingo, 17 de junho de 2018

Indicações Úteis de Leituras



Essa postagem é especialíssima. Como esse blog é de fato uma homenagem de Godofredo a Machado de Assis e seus alunos atuais fazem parte da geração que nasceu ligada em mídias digitais, nada melhor do que colocar aqui uma série de links que poderão ser acessados por todos que queiram se aprofundar sobre a obra de Machado de Assis e ter sempre à mão tudo o que diz respeito a seus livros e contos. Apresentamos aqui uma lista de sites e links de interesse de todos. Basta clicarem nos links para ir direto à página  :



1) Machado.net - Site contendo todas as obras além de biografia de Machado de Assis.

2) Site do MEC contendo informações das obras de Machado de Assis




3) Site criado pela Profª Vera Dias contendo outras informações sobre a vida e a obra de Machado de Assis






          5) Lançamento do livro "Godofredo na Sala de Aula"
Previsto para Junho pela Editora Vision contendo descrição de projetos pedagógicos
implementados em colégios públicos e particulares com os livros
de Godofredo de Oliveira Neto incluindo Ilusão e Mentira





Quem quiser adquirir esse livro em formato de ebook
 escreva para
o e-mail veraluciadias1675@gmail.com

sábado, 16 de junho de 2018

Frases e Fotos de Machado de Assis




                       Foto rara de Machado de Assis
Pesquisador divulgou imagem do escritor feita em outubro de 1905. Segundo ele, este é o único registro do autor na função já descoberto.  Clique aqui para ler.




Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

Possivelmente, a maior lição que podemos nos inspirar deste clássico de Machado de Assis, é a enxergar a sociedade, a política, os costumes e contexto social que estamos envolvidos com olhos críticos – sem nos deixarmos levar pelo senso comum. Com uma narrativa repleta de ironias, Memórias Póstumas de Brás Cubas é um livro divisor de águas na literatura brasileira. Brás Cubas, o protagonista morto, reflete em apenas uma frase o seu sentimento de indignação em relação à classe dominante do Brasil de sua época: “”Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”



“Quem escapa ao perigo ama a vida com outra intensidade”.



Bom, fiz a releitura das Memórias Póstumas de Brás Cubas o que  sempre traz novas surpresas. A cada nova leitura do mesmo livro você acaba por descobrir coisas que não percebeu na leitura anterior. Vou citar algumas frases marcantes do livro.
 
Leiamos:

"Em verdade, as aventuras são a parte torrencial e vertiginosa da vida, isto é, a exceção.  

"Mas o tempo, o tempo caleja a sensibilidade, e oblitera a memória das coisas."

"Se entendes bem, facilmente compreenderás que a inveja não é senão uma admiração que luta e sendo a luta a grande função do gênero humano, todos os sentimentos belicosos são os mais adequados à sua felicidade."

"Matamos o tempo; o tempo nos enterra."

"Crê em ti, mas nem sempre duvides dos outros."

"...as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o déficit."

"Grande coisa é haver recebido do céu uma partícula da sabedoria, o dom de achar as relações das coisas, a faculdade de as comparar e o talento de concluir."

"saiu da vida às escondidas, tal qual entrara."( referência a morte de Dona Plácida)   

"A vida elegante e polida atraía-a, principalmente porque lhe parecia o meio mais seguro de ajustar as nossas pessoas. Nhã loló observava, imitava adivinhava, ao mesmo tempo dava-se ao esforço de mascarar a inferioridade da família."

"Quem escapa ao perigo ama a vida com outra intensidade".

"Se nenhuma razão há para que perdure a memória do obsequio no obsequiado, menos há de haver em relação ao obsequiador."

"...gosto dos epitáfios;eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. "

"Virgília traíra o marido, com sinceridade, e agora chorava-o com sinceridade." 

"...é o orgulho da servilidade"( CAP CLVI- O ORGULHO DA SERVILIDADE)

"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria."



segunda-feira, 26 de junho de 2017

Roda de Leitura em Sala de Aula com o Autor


Livro Ilusão e Mentira foi adotado nas três séries do Ensino Médio do Colégio Pró-Unii em Campos  em 2016. Essa inciativa inspirou a Profª Vera Dias a recomendá-lo a suas colegas professoras e ex-alunas a realizarem o mesmo com resultados que geraram um relato a ser publicado em livro
BREVE ANUNCIANDO NESSA POSTAGEM !



Apresentação do livro Ilusão e Mentira

Uma Homenagem a Joaquim Maria Machado de Assis RESENHA DA PROFª VERA LÚCIA L. DIAS Essse blog nasceu no dia 21 de junh...